12 de mar. de 2014

DIY: Trigando uma bateria com R$100,00 (Parte 2)

Depois de fazer os primeiros testes venho mostrar os resultados no blog, já que no outro artigo não havia nenhuma demonstração.
As notícias são boas, o módulo funciona, o ajuste de sensibilidade também!
Uma mudança futura poderia ser a furação das chapinhas que prendem o conector do trigger ao tambor, eles funcionam assim mas ficariam melhores se estivessem mais para baixo uns 20mm.
Se você não viu a "Parte 1" ainda, sugiro dar uma passada lá, tem a cotação das peças e informações de montagem.



Crosstalk, Multi-Triggering e Sensibilidade:
Como a pele do surdo estava um pouco solta o trigger estava gerando mais de um acionamento por toque, o problema foi resolvido diminuindo a sensibilidade desse canal no módulo. A ideia é usar o mínimo de sensibilidade possível para que a peça seja detectada sem ocorrer "crosstalk", sem permitir que a vibração do bumbo por exemplo acione os sensores dos tons ou que peças mecanicamente acopladas "vazem" vibração suficiente para falsos acionamentos em peças que não foram tocadas.

Triggers "Clip On":

Esse método de triggar os pratos não funcionou como o esperdo pelo fato da presilha balançar verticalmente conforme o prato é tocado e ainda poder girar, além de tirar bastante da sustentação do som dele, caindo mais rapidamente.
A solução adotada foi prender a presilha logo abaixo do prato e aumentar um pouco a sensibilidade no módulo, esses sensores captam vibração no cavalete de violinos e rastilhos de violões então a sensibilidade é mais do que bastante nessa aplicação também.

Talvez futuramente fique mais profissional trocar essas peças por conjuntos como os dos tambores e criar uma fixação especial para os jacks, mas por hora está funcionando bem assim e eu vou conduzir mais alguns testes e gravações da maneira como está.
Outro imprevisto foi o tamanho dos cabos desses "clip on piezos", em um set muito espaçado talvez seja necessário montar uma extensão, pensei em um painel de jacks P10 e um cabo multivias (em torno de 6 é o suficiente) levando o sinal até o módulo e sendo splitado em mais 5 jacks.

Módulo:
Como dito anteriormente esse é um protótipo montado em placa universal, apenas com controle de sensibilidade analógico e um conversor externo, nada complexo ou caro. Nessa versão de teste ele converte os impulsos dos triggers em informação MIDI que é passada para um conversor Serial <> USB, um programa no PC faz a ponte entre ele e qualquer VSTi ou DAW que suporte MIDI, estou usando o EzDrummer e o Sonar, mas ele funcionaria em qualquer outro programa depois de configurado no mesmo.



Para a demonstração estou usando a seguinte tabela de comandos:

CH1 - Bumbo  => C0   (note  0)
CH2 - Caixa    => C#0 (note 1)
CH3 - Tom1    => D0    (note 2)
CH4 - Tom2    => D#0  (note 3)
CH5 - Tom3    => E0    (note 4)
CH6 - Hihat     => F0    (note 5)
CH7 - Crash1 => F#0 (note 6)
CH8 - Ride      => G0   (note 7)
CH9 - Crash2 => G#0 (note 8)
CH10 - China  => A0   (note 9)
CH11 - Livre
CH12 - Livre


Isso serve para visualizar o funcionamento e usar em samplers como o Battery, mas para VSTis de bateria própriamente ditos, o melhor seria usar o padrão midi, o que já integraria as duas peças sem a necessidade de re-rotear as notas. Como exemplo, ficaria assim:


CH1 - Bumbo  => Note 36
CH2 - Caixa    => Note 38
CH3 - Tom1    => Note 50
CH4 - Tom2    => Note 47
CH5 - Tom3    => Note 43
CH6 - Hihat     => Note 42 / 46 (closed / open)
CH7 - Crash1 => Note 49
CH8 - Ride      => Note 51
CH9 - Crash2 => Note 57
CH10 - China  => Note 52
CH11 - Livre
CH12 - Livre


Alterações futuras:
Em breve vou pensar em um método de ligar um sensor ao pedal de hihat para o módulo determinar se envia o comando dele aberto ou fechado e depois volto para documentar no blog, esse é um protótipo que apesar de funcional e interessante ainda pode ter algumas melhoras, pretendo documentar todas aqui. Uma chave para alternar entre o modo "sampler" e "e-drum" também seria interessante para ficar fácil mapear os triggers em ambos os tipos de programa, seja um sequenciador comum como o Battery ou um VSTi de bateria.
Outro ponto é trocar a conversão Serial <> USB Serial por uma MIDI <> USB MIDI para tornar desnecessário usar um programa para fazer isso, tornando mais prático e evitando a instalação de drivers uma vez que o módulo seja reconhecido como um dispositivo HID pelos padrões do windows e se torne plug and play.

Teste de comunicação:
Gravei um vídeo no studio da minha banda para mostrar meu notebook interpretando os triggers e enviando informação corretamente, problemas como crosstalk e multi-triggering foram resolvidos ajustando a sensibilidade e agora tudo funciona de forma estável!


Teste de integração e estabilidade:
Esse vídeo mostra o som da bateria pela câmera e depois sendo pós processada por um VSTi e sendo integrada ao vídeo original, depois um teste de estabilidade do trigger do bumbo com o pedal duplo, apenas bumbo e caixa foram usados como inputs nesse exemplo, todo o resto foi mutado para maior clareza do experimento.


LINK PARA A PARTE 3 DA SÉRIE

Um comentário:

  1. esse projeto seu e muito fera cara !!!! e muito util bacana gostei de mais!!!! sucesso!!!!

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